Na sua história recente, Alenquer teve duas grandes intervenções no seu centro urbano: a regularização do leito do rio e construção das avenidas marginais nos anos 40 e as obras de 2005, de correcção do mesmo leito e colocação de passeios.
Na verdade, podemos considerar que, embora espaçadas em quase 60 anos, aquelas duas obras foram uma só, visto que a segunda veio, afinal, concluir a primeira, sem trazer nada de novo a um nível estrutural do funcionamento da vila, para além do estacionamento pago.
Pese o benefício evidente desta segunda intervenção, uma revisão estrutural era já então necessária, e não fazê-la foi uma oportunidade perdida. E foi-o porque a vila tinha problemas importantes no seu centro urbano. Problemas que, assim, permanecem:
Ao nível estrutural, estes são dois sérios obstáculos que impedem Alenquer de elevar os seus padrões de qualidade de vida urbana, quer ao nível da imagem e do estatuto, quer ao nível funcional, do conforto e da mobilidade.
Pode pensar-se que os centros urbanos se devem resignar ao desaparecimento da sua vida económica e social. Pode acreditar-se que devem demitir-se do papel de referência simbólica das comunidades.
Para quem ache que os centros urbanos são essenciais ao desenvolvimento humano e social; para quem veja neles o modelo mais equilibrado de vida em sociedade, o caminho é apenas um: elevar a sua qualidade e torná-los mais atractivos para os habitantes, os investidores e os visitantes.
E não há nenhum momento que seja bom para não o fazer. Pelo contrário, a insustentável vida suburbana continua a desperdiçar energia e a subtrair negócios e clientes aos velhos centros, levando para longe o dinheiro que as pessoas gastam em combustíveis e hipermercados, e que não será reinvestido nas suas comunidades.
Mas não se espere que as pessoas decidam preferir os centros urbanos por qualquer razão política, moral ou macroeconómica. Estas preferências acontecem por razões práticas, que ofereçam vantagens aos seus hábitos e rotinas.
Alenquer está há demasiado tempo indiferente a estes problemas, enquanto muitas vilas e cidades já acordaram para eles e constroem hoje uma nova modernidade pós-suburbana, recentrada e sustentável.
Mas pode, por fim, julgar-se que Alenquer não tem dignidade ou escala para ser um centro urbano qualificado e atractivo, com vitalidade económica e social e uma comunidade coesa e estruturada. Quem assim pense, tem vida mais fácil: nada terá de estudar ou imaginar, nada terá de projectar ou fazer, nada terá de propor ou reclamar. A quem pense que Alenquer está condenada a tornar-se um subúrbio, bastará que o tempo passe para que se concretize a sua visão.
Na verdade, podemos considerar que, embora espaçadas em quase 60 anos, aquelas duas obras foram uma só, visto que a segunda veio, afinal, concluir a primeira, sem trazer nada de novo a um nível estrutural do funcionamento da vila, para além do estacionamento pago.
Pese o benefício evidente desta segunda intervenção, uma revisão estrutural era já então necessária, e não fazê-la foi uma oportunidade perdida. E foi-o porque a vila tinha problemas importantes no seu centro urbano. Problemas que, assim, permanecem:
- Alenquer tem absoluta falta de espaço pedonal de qualidade ao serviço dos seus estabelecimentos. Os novos passeios ribeirinhos foram um grande melhoramento, mas não servem o comércio nas suas vias preferenciais, ele que é âncora fundamental da vida social e económica da vila.
- O centro de Alenquer, o Largo Palmira Bastos, está totalmente ocupado pelo trânsito e o estacionamento de automóveis, circunstâncias que limitam severamente o seu potencial agregador e polarizador e a sua capacidade de ser a referência espacial dos alenquerenses e dos visitantes.
Ao nível estrutural, estes são dois sérios obstáculos que impedem Alenquer de elevar os seus padrões de qualidade de vida urbana, quer ao nível da imagem e do estatuto, quer ao nível funcional, do conforto e da mobilidade.
Pode pensar-se que os centros urbanos se devem resignar ao desaparecimento da sua vida económica e social. Pode acreditar-se que devem demitir-se do papel de referência simbólica das comunidades.
Para quem ache que os centros urbanos são essenciais ao desenvolvimento humano e social; para quem veja neles o modelo mais equilibrado de vida em sociedade, o caminho é apenas um: elevar a sua qualidade e torná-los mais atractivos para os habitantes, os investidores e os visitantes.
E não há nenhum momento que seja bom para não o fazer. Pelo contrário, a insustentável vida suburbana continua a desperdiçar energia e a subtrair negócios e clientes aos velhos centros, levando para longe o dinheiro que as pessoas gastam em combustíveis e hipermercados, e que não será reinvestido nas suas comunidades.
Mas não se espere que as pessoas decidam preferir os centros urbanos por qualquer razão política, moral ou macroeconómica. Estas preferências acontecem por razões práticas, que ofereçam vantagens aos seus hábitos e rotinas.
Alenquer está há demasiado tempo indiferente a estes problemas, enquanto muitas vilas e cidades já acordaram para eles e constroem hoje uma nova modernidade pós-suburbana, recentrada e sustentável.
Mas pode, por fim, julgar-se que Alenquer não tem dignidade ou escala para ser um centro urbano qualificado e atractivo, com vitalidade económica e social e uma comunidade coesa e estruturada. Quem assim pense, tem vida mais fácil: nada terá de estudar ou imaginar, nada terá de projectar ou fazer, nada terá de propor ou reclamar. A quem pense que Alenquer está condenada a tornar-se um subúrbio, bastará que o tempo passe para que se concretize a sua visão.