Apêndice III – IAT

A vila é composta por diferentes zonas que podem ser delimitadas de acordo com as quebras na estrutura do espaço e as barreiras motoras e visuais que entre elas possam existir. Os índices de atractividade apresentados em capítulos anteriores baseiam-se na classificação dessas zonas, que aqui são identificadas.
Cada parâmetro de caracterização é sucintamente explicado e ilustrado com a apresentação gráfica das classificações das zonas actuais, bem como da variação que a implementação do plano nelas produzirá.
Os mesmos dados estão também disponíveis, com maior detalhe, numa tabela numérica que inclui também os valores dos índices de atractividade, conforto, actividade, integração e interesse apresentados no plano.

ZONAS DE ANÁLISE IAT

1
EN-9 (Barnabé)
36
Urbanização Florindo
71
Rua dos Guerras (fábrica)
2
EN-9 (beira-rio)
37
Barroca (subidas)
72
Chemina (parque)
3
EN-9 (Águas)
38
Barroca (patamar)
73
Chemina (acesso)
4
EN-9 (circuito manutenção)
39
Terreirinho/Amorim Lima
74
Calçadinha (final)
5
EN-9 (cruzamento J. Ferreira)
40
Amorim Lima (São Pedro)
75
Calçadinha (contracurvas)
6
EN-9 (troço final)
41
Amorim Lima (chafariz)
76
Calçadinha (Casa da Torre)
7
EN-1 (recta norte)
42
Estrada dos Cabeços
77
Calçadinha (São Pedro)
8
EN-1 (cruzamento EN-9)
43
Largo do Chafariz
78
Calçadinha (topo)
9
EN-1 (contracurvas)
44
Rua A Verdade
79
Travessa São Benedito
10
EN-1 (pontes)
45
Largo da câmara
80
25 de Abril (tribunal)
11
EN-1 (Santa Catarina)
46
Judiaria (largo da câmara)
81
25 de Abril (biblioteca)
12
EN-1 (Galp)
47
Judiaria (interior)
82
Largo do mercado
13
Largo Chico dos Pneus
48
Pêro de Alenquer
83
25 de Abril (CTT)
14
Romeira
49
Pêro de Alenquer (castelo)
84
25 de Abril (mercado)
15
Parque Romeira (prédios)
50
Alameda D Sancha
85
Travessa do mercado
16
Parque Romeira (relva)
51
Alameda D Sancha (ponte)
86
Largo Palmira Bastos
17
Rua da Chemina (ladeira)
52
Barnabé (ponte)
87
25 de Abril (CGD)
18
Rua da Chemina
53
Damião Góis (castelo)
88
25 de Abril (paróquia)
19
Gregório Rosa
54
Damião Góis (meio)
89
25 de Abril (BP)
20
Gregório Rosa (bombeiros)
55
Damião Góis (início)
90
Largo Rainha Santa Isabel
21
Brandão (bombeiros)
56
Rua João Carvalho
91
Jaime Ferreira
22
AM Jalles (EN-1)
57
Águas (ponte)
92
Triana velha
23
AM Jalles (encosta)
58
Largo do Celeiro Real
93
Triana nova
24
AM Jalles (contracurvas)
59
Parque do Areal
94
Décio Soares Correia
25
AM Jalles (cruzamento sul)
60
Serpa Pinto
95
Parque da paróquia
26
AM Jalles (cruzamento)
61
Av. Bombeiros (ponte)
96
Travessa do Bijú
27
AM Jalles (cruzam norte)
62
Ponte Rainha Santa Isabel
97
Trás-de-Triana
28
AM Jalles (escola)
63
Av. Bombeiros (encosta)
98
Travessa das Finanças
29
AM Jalles (urbanização)
64
Av Bombeiros (Ponto Fresco)
99
Sacadura Cabral (CTT)
30
AM Jalles (ponte)
65
Espírito Santo (esplanadas)
100
Sacadura Cabral (mercado)
31
AM Jalles (infantário)
66
Espírito Santo (ponte)
101
Sacadura Cabral (biblioteca)
32
AM Jalles (paisagem)
67
Espírito Santo (igreja)
102
Sacadura Cabral (tribunal)
33
AM Jalles (GNR)
68
Ponte do Espírito Santo
103
Travessa Alan Kerk
34
Largo de São Pedro
69
Parque Vaz Monteiro
104
Tribunal (rua lateral)
35
Travessa da GNR
70
Rua dos Guerras (parque)
105
Nova ponte da Chemina























































Classificações atribuídas: regularidade do terreno (1)


A regularidade do terreno, incluindo a sua inclinação, é um dado importante para o conforto dos espaços e condiciona fortemente a edificação e a criação de vias de acesso.
Para uma leitura mais clara, o mapa da esquerda, que corresponde à realidade actual, apresenta as cores da escala invertidas em relação aos mapas seguintes, sendo aqui as zonas brancas as mais planas e regulares.
É bem visível a zona plana do vale onde se situa a Vila Baixa, cuja delimitação fica quase perfeitamente definida. Para além dela, temos ainda zonas planas na Rua Serpa Pinto, no parque de estacionamento da Chemina e na Romeira, a que somam a zona do infantário, na Av. António Maria Jalles, e a zona central da Vila Alta, entre a câmara e o chafariz.
Nas restantes zonas são perceptíveis as pendentes, mais ligeiras ou mais acentuadas.
O plano não altera a inclinação do terreno; apenas o regulariza no parque de estacionamento do Areal, que passa a pertencer à área completamente plana do vale.

Regularidade do terreno: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: centralidade topológica (2)


A noção de centralidade está geralmente associada à presença de trânsito, pessoas e estabelecimentos. Mas é mais frequente que esta ocupação proceda da estrutura do meio do que esta a nascer dos hábitos das pessoas.
As pessoas começam por fixar-se para se apropriarem das qualidades naturais dos territórios, de forma a satisfazerem necessidades concretas. Frequentemente, estas fixações acabam por se concentrar, ligando-se através de vias de acesso que também o terreno normalmente sugere.
Assim, os aglomerados humanos tendem a densificar-se referenciados nos centros topológicos, que costumam, no decorrer do tempo, ver reconhecida e acentuada esta característica. Mas o processo não é linear e pode ser bastante diferente, sobretudo quando grandes mudanças ocorrem na vivência urbana, como quando nela entram a indústria e os transportes.
Este plano não se constitui, todavia, num destes eventos revolucionários, portanto apenas o Largo Palmira Bastos vê ligeiramente reforçada a sua condição de centro.

Centralidade topológica: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: protecção do clima (3)


É mais fácil de proteger do sol excessivo uma rua estreita do que uma grande praça. A primeira pode até nem precisar de qualquer protecção, servindo os próprios volumes do edificado de guarda-sol.
Também a exposição natural ao sul e ao poente são agravantes da necessidade desta protecção, como mais ventosas costumam ser aqui as áreas expostas ao norte e ao nordeste.
Ser mais fácil proteger umas áreas não significa contudo que devamos deixar as outras desprotegidas, pelo contrário: deve existir nestas um especial cuidado para que o clima não prejudique as suas restantes qualidades.
Na Vila Baixa, enquanto as ruas e avenidas são arborizadas ou correm entre blocos edificados, é bem evidente que a desprotecção afecta principalmente os largos, comprometendo a sua atractividade natural como espaços de permanência.
O plano responde a este problema através da arborização destes espaços, que será com toda a certeza um importante legado para as gerações futuras.

Protecção do clima: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: paisagem (4)


Sendo composta por um vale estreito entre duas encostas recortadas, Alenquer tem na paisagem uma riqueza natural, valorizada ainda pelo rio que corre ao centro e por muito do seu edificado, a que não faltam alguns pontos notáveis.
Dá-se com a paisagem, e sobretudo nestas circunstâncias, o caso curioso de ser um exercício de generosidade de umas zonas para com as outras, visto serem estas a desfrutar das visões construídas à distância. E temos aqui bons exemplos de zonas feias com paisagens bonitas, o que implica infelizmente o contrário: quando invertemos essas linhas visuais, o feio lá está a desvalorizar o lugar que lhe dá valor.
Este plano não vai alterar significativamente nenhuma paisagem, até porque muita da sua intervenção ocorre em ruas que não a têm, e portanto também são pouco visíveis do seu exterior. Contudo, o Largo Palmira Bastos será beneficiado, uma vez que as pessoas passarão a ter melhores condições para desfrutarem da paisagem que dali se alcança – o que se poderia considerar uma forma indirecta de a valorizar.

Paisagem: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: mobilidade pedonal (5)


O espaço pedonal é um elemento basilar da qualidade de vida urbana e um dos factores mais importantes da atractividade deste tipo de território. Ele é o lugar de percurso, de interacção e de permanência; é o lugar seguro e funcional para os peões – e ninguém deixa de o ser se tem algum lugar onde pretende dirigir-se.
O mapa não deixa dúvidas sobre a carência da vila neste âmbito, embora possamos ver alguns lugares que constituem excepção, como o largo da câmara ou o parque da Romeira.
Na Vila Baixa é perfeitamente visível a diferença entre as avenidas ribeirinhas e as ruas interiores, efeito da recente colocação de passeios espaçosos nas primeiras.
Este é o principal objectivo do plano, e bem visível nas variações que produz: elevar a mobilidade pedonal nas vias onde se concentram os estabelecimentos. A que se junta o Areal, onde existem boas condições de virem a fixar-se outros, ancorados no grande parque de estacionamento ali situado, e que assim ganha melhor acesso pedonal ao resto da vila.

Mobilidade pedonal: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: acessibilidade (6)


A Vila Baixa destaca-se das restantes zonas da vila no que respeita à acessibilidade, pois ocupando a sua área central e plana, dispõe de maior número de vias de acesso e de melhor qualidade. Também entre as zonas que a compõem existe grande facilidade de acesso e geralmente mais de uma via alternativa, todas elas disponíveis para o trânsito pedonal e rodoviário. A grande interpenetração visual entre estas zonas amplifica a percepção da boa acessibilidade.
Toda esta acessibilidade é excelente, mas tem um preço elevado na afectação de espaço público, reduzindo a sua disponibilidade e o seu conforto.
Como se vê no mapa, o plano reduz a acessibilidade nas vias que são encerradas ao trânsito ou directamente afectadas por essa medida, o que se constitui numa perda muito generalizada de lugares aonde é possível ir de automóvel.
Mas diga-se também que a acessibilidade melhora muito para os peões, e em particular torna possível que a vila seja transitável para carrinhos de bebé e cadeiras de rodas.

Acessibilidade: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: mobiliário urbano (7)


A vila está bem servida de iluminação pública, depósitos de lixo e gradeamentos de protecção, e é a isso que correspondem as manchas claras que preenchem quase todo o mapa.
Para além delas, há zonas que concentram mais mobiliário urbano. Portanto, a classificação sobe onde há telefones públicos, marcos de correio, chafarizes, sinais de informação, bancos de jardim, paragens de autocarro, esculturas, painéis e outros trabalhos decorativos. Geralmente, isto ocorre nos largos e nos jardins, mas também as avenidas ribeirinhas receberam algum deste mobiliário na última intervenção.
O plano não prevê nenhum incremento expressivo neste âmbito. Além de indicar alguns locais para a colocação de bancos de jardim, sugere a deslocação da estátua de Damião de Góis e do quiosque do Largo Rainha Santa Isabel (que deve também ter outra configuração), bem como a instalação de um segundo no parque de estacionamento do Areal.
Embora aqui não previstas, serão também prováveis algumas modificações na distribuição de candeeiros públicos.

Mobiliário urbano: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: integração do espaço (8)


A integração do espaço procura medir a capacidade que uma qualquer zona tem de, pela sua configuração, nos integrar no seu funcionamento. Deste ponto de vista, as zonas mais integradoras são aquelas cuja arquitectura é mais penetrável e nos remete para o uso público, e dispõem de outros elementos que nos oferecem aquela possibilidade, como o mobiliário urbano ou as vias de comunicação.
A Vila Baixa é onde estas características se encontram em maior abundância, sendo aqui menos frequentes os muros e a arquitectura privada. Fora dela e no mesmo grau, encontramos apenas o largo da câmara e zonas limítrofes.
O plano apenas interfere neste tipo de elementos num único local, na entrada da antiga fábrica da Chemina, onde na Rua dos Guerras entroncará a via que virá da nova ponte. Aqui, existe um muro que separa aquela rua do largo fronteiro à fachada lateral da fábrica, um muro totalmente inútil e que desaparecendo criará um desafogo visual em toda aquela zona, que será também vantajoso para a circulação automóvel.

Integração do espaço: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: integração da paisagem (9)


A classificação atribuída a cada zona neste factor não avalia nenhum elemento da zona em causa, mas sim das que estão no seu alcance visual. Este dado é relevante, pois há muitos casos em que uma zona pode ter uma capacidade integradora muito diferente de uma sua zona vizinha, mas quanto mais esta estiver presente no nosso campo sensorial mais exerce também o seu efeito.
Como se trata de uma análise feita aos espaços circundantes, engloba todos os elementos integradores, incluindo a ocupação. Assim, são levadas em conta as concentrações de pessoas, trânsito e estabelecimentos, ao contrário do que acontece na integração do espaço, pois quanto a este analisamos separadamente aqueles factores. O valor estético e cultural da paisagem não conta aqui, pois tem a sua própria classificação.
O centro da vila é rico em espaços com grande integração da paisagem, pois o rio apenas os separa fisicamente, mantendo-se grande proximidade e interpenetração visual.
O plano não produz neste factor nenhuma modificação.

Integração da paisagem: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: diversidade de elementos do terreno (10)


Considera-se que uma zona é valorizada quando o seu terreno apresenta elementos diversificados, independentemente da qualidade de cada um, desde que estes não constituam áreas de baldio ou estejam descuidadas, casos em que passam a ter um peso negativo nesta classificação.
Assim, cada zona ganha em ter mais elementos, não só porque a diversifica visualmente, mas também porque em geral esta diferenciação corresponde a alternativas de uso, de percurso ou a outras valências de cada lugar.
Em Alenquer, vemos alguma preponderância da Vila Baixa, onde o rio valoriza os terrenos que atravessa, acrescentando-lhes as suas margens e a água. Também as zonas verdes e arborizadas fazem subir este índice, como acontece onde os pisos se diversificam conforme a sua função ou se apresentam decorados.
O plano não introduz grande variação ao substituir o alcatrão pela calçada, sendo apenas alguns os pontos que ganham diversidade, por ganharem novos passeios e áreas verdes.

Diversidade de elementos do terreno: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: diversidade de elementos do edificado (11)


A diversidade dos elementos do edificado, sejam eles estilos, épocas, morfologias ou peças originais, é uma componente animadora dos espaços, desde logo pela riqueza visual que lhes oferece, mas também pelos diferentes usos a que geralmente corresponde.
Temos, por outro lado, zonas onde estes elementos não existem ou são escassos, e ainda as zonas em que eles existem indistintos, repetindo-se em todas as suas características. E embora os padrões sejam importantes na arquitectura, o seu uso atinge por vezes tal grau de repetição que a torna cansativa e desmotivadora, como se fossemos obrigados a ler continuamente a mesma frase.
As zonas de Alenquer que apresentam aqui índices mais elevados são aquelas com alguma densidade do edificado, e em que convivem edifícios com individualidade e de diferentes épocas, sobretudo quando com algum trabalho estilístico.
O plano não tem qualquer efeito sobre o edificado, e portanto não altera nenhuma destas classificações.

Diversidade de elementos do edificado: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: valor cultural (12)


O valor cultural, histórico e artístico de cada zona é feito dos valores correspondentes de todos os elementos que a compõem, naturais e edificados, do terreno e do espaço.
É bem evidente no mapa que há zonas que se destacam claramente das restantes, e estas correspondem aos lugares onde se situam os elementos mais valiosos: o castelo, os paços do concelho, a Igreja de São Pedro, a arcada do Espírito Santo, o Parque Vaz Monteiro, a Romeira e o troço final da Rua de Triana. Há depois algumas outras zonas que são favorecidas por algum elemento mais valioso, como é também o rio, e uma área considerável que não tem significativo valor cultural.
A influência do plano nestas classificações é reduzida. Consiste na deslocação da estátua de Damião de Góis do largo do tribunal para o Largo Palmira Bastos, com a consequente transferência de valor artístico e cultural, e também na colocação nas vias encerradas das novas calçadas. Estas, apresentando uma boa qualidade artística no seu trabalho decorativo, serão também, deste ponto de vista, uma mais-valia.

Valor cultural: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: concentração de pessoas (13)


A Vila Baixa é claramente a área da vila onde se concentram as pessoas. Fora dela, a densidade da sua presença é bastante mais fraca, chegando a ser praticamente ou mesmo inexistente, como é o caso da maioria das zonas que se abeiram das estradas nacionais.
A própria Vila Alta não tem no seu centro o movimento de pessoas de outros tempos, que seria então mais equiparado ao das zonas movimentadas do vale, embora continue a distinguir-se do seu entorno mais próximo.
O plano terá certamente consequências neste mapa, em particular nas vias intervencionadas e nas que lhes estão mais próximas. No entanto, não sendo estas variações objectivamente previsíveis, não foram lançadas classificações do cenário posterior.
A expectativa é contudo positiva, quer pela conquista dos actuais transeuntes para as vias renovadas quer pelo incremento da preferência pela locomoção pedonal, quer ainda pela conquista de novos frequentadores para a vila.

Concentração de pessoas: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: diversidade de ocupações e actividades (14)


Da mesma forma que a capacidade de atracção dos territórios depende da diversidade dos seus elementos naturais e edificados, também a capacidade de atracção das concentrações humanas é potenciada pela diversidade desta presença, ou seja pela diversidade das actividades e ocupações em que as pessoas estiverem envolvidas.
Falamos de coisas tão simples como andar, entrar e sair dos edifícios ou simplesmente estar, conversar e conviver; de outras que podem exigir algumas condições extra, como comer, beber, estar sentado ou esperar o autocarro. E ainda da frequência de actividades especiais, como campanhas e vendas de rua, realizações artísticas e outras actividades organizadas.
As zonas onde se pode distinguir maior desta diversidade estão nas áreas mais povoadas, com maior tendência para os largos, onde existe maior permanência.
Não modificamos aqui estas classificações, mas o plano cria áreas de grande disponibilidade pedonal que vêm criar melhores condições para novas actividades.

Diversidade de ocupações e actividades: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: concentração de estabelecimentos (15)


A concentração de estabelecimentos é um dos elementos fundadores dos aglomerados humanos e da vida urbana, e gerador de fluxos de pessoas que os procuram.
Os automóveis e os hipermercados vieram enfraquecer generalizadamente esta densidade nos centros urbanos. Os primeiros vieram também produzir deslocações internas de atractividade na instalação de negócios, pelas suas especiais exigências de espaço de circulação e estacionamento.
Em Alenquer, embora a Rua de Triana mantenha uma elevada concentração, esta expandiu-se sobretudo na zona do Mercado Municipal, sendo que, pelo meio, o Largo Palmira Bastos parece não conseguir garantir uma continuidade à mesma altura entre as duas zonas.
Embora o plano se abstenha de fazer previsões de instalação de novos estabelecimentos, ele vem dar maior conforto e mobilidade pedonal às zonas de maior concentração. Por outro lado, a qualificação do Largo Palmira Bastos renova o seu potencial para garantir maior continuidade entre elas.

Concentração de estabelecimentos: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: abrangência da oferta (16)


A abrangência da oferta é um factor que mede a efectiva capacidade dos estabelecimentos de atraírem visitantes, pela sua própria oferta e pela complementaridade existente com outras existentes na mesma zona.
Se a concentração mede o número e a dimensão dos estabelecimentos num determinado espaço, aqui distinguem-se ramos de actividade, que podem ter abrangências de público muito diferentes e maior ou menor complementaridade com estabelecimentos vizinhos. Há ainda estabelecimentos que podemos considerar pólos especiais, pois não funcionam continuamente, como salas de espectáculos, espaços que regularmente acolhem eventos públicos e bares nocturnos.
A abrangência da oferta tende, contudo, a acompanhar a densidade de estabelecimentos, e em Alenquer, salvo pequenas diferenças, é o que acontece.
O plano não prevê mudanças neste mapa, mas uma subida generalizada da atractividade potenciará um correspondente aumento desta abrangência.

Abrangência da oferta: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: proximidade (17)


O conceito de proximidade neste contexto descreve a presença efectiva que os estabelecimentos têm junto dos seus destinatários. Parte, pois, da proximidade física, valorizando a distância a que os transeuntes geralmente passam das lojas, mas considera todos os elementos que possam amplificar ou diminuir o seu efeito.
As ruas com trânsito têm desde logo uma proximidade mais baixa quando colocam um obstáculo entre um e o outro lado da estrada, mas também porque o movimento ali gerado é altamente distractivo – até por um instinto de segurança – em relação aos elementos estáticos das ofertas comerciais.
Já elementos favoráveis são a presença na rua, as montras e mostruários, os letreiros e mensagens, que alargam o alcance e a intensidade da penetração na atenção das pessoas.
A Vila Baixa e em particular as vias interiores, mais estreitas e sem paisagem, têm razoáveis níveis de proximidade. Mas sendo aqui que se concentra a maioria dos estabelecimentos, é aqui que as modificações do plano trazem maior benefício.

Proximidade: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: intensidade de trânsito (18)


As estradas nacionais, principalmente desde que se cruzam rumo ao sul, têm uma elevada intensidade de trânsito, superior à que existe nas restantes áreas da vila.
A Vila Baixa é, das restantes, a mais movimentada, sobretudo do lado de Triana, onde entroncam os principais acessos das vias nacionais e onde se situam os dois circuitos internos que são percorridos por muito deste tráfego, a norte e a sul do Largo Palmira Bastos, onde se encontram.
Volume de trânsito considerável existe ainda no eixo distribuidor constituído pela Av. dos Bombeiros, o Largo do Espírito Santo e a Rua dos Guerras, a que podemos somar as suas continuações naturais até às estradas nacionais.
O plano prevê a deslocalização daqueles dois circuitos, e uma transferência de tráfego para as vias que passam a integrá-los, o mesmo sucedendo no percurso alternativo para a zona das Águas e do parque de estacionamento do Areal.
A maior intensidade de trânsito na vila deverá passar a existir no Largo do Espírito Santo e na ponte ali situada.

Intensidade de trânsito: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: facilidade de estacionamento (19)


Tratamos aqui da facilidade efectiva que em cada zona existe de estacionar, mesmo que não nessa mesma zona mas noutra que se encontre próxima. Este factor inclui, portanto, para além da disponibilidade habitual de lugares numa zona, a distância e a facilidade de acesso a outras que a possam servir.
Na medida em que o automóvel passou a fazer parte do modo de vida da generalidade das pessoas, este factor passou a ter grande peso nas decisões de localização de estabelecimentos. É aqui que encontramos – e o mapa corrobora – fortes razões para a perda de atractividade da Vila Alta, para o fecho de lojas na Rua de Triana e para a maior preferência dos investidores pela zona do mercado municipal.
O plano não encurta as distâncias para o estacionamento fácil e o mapa apresenta aliás alguns prejuízos. Mas corrige o critério para a localização de lugares pagos e promove um maior uso do grande parque do Areal, assim afastando do centro da vila o estacionamento de longa duração, com excepção dos moradores da Vila Baixa, que ali ganham lugares exclusivos.

Facilidade de estacionamento: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: transportes públicos (20)


As carreiras da empresa Boa Viagem são o principal serviço de transportes públicos que serve Alenquer e têm o seu terminal no Largo Rainha Santa Isabel. As principais ligações fazem-se dali para Vila Franca de Xira e Lisboa, com paragens nos largos da Vila Baixa, e para Torres Vedras e o Alto Concelho, pela Av. Jaime Ferreira. Existe ainda a importante carreira entre a Barnabé e a Pacheca, que serve as principais zonas da vila. Para além dos autocarros, existe a praça de táxis no Largo do Espírito Santo.
A classificação das zonas faz-se pela distância a que estão do terminal, das paragens mais próximas e daquela praça, tendo em conta a importância relativa de cada um destes locais.
O plano traz um impacto negativo ao serviço de transportes públicos, uma vez que impede que as carreiras vindas do sul cheguem ao terminal através do centro da vila, obrigando ao  percurso pela EN-1, EN-9 e Av. Jaime Ferreira. E isto, para muitos passageiros, aumenta a distância entre o local de chegada e as suas casas ou os locais aonde se pretendam dirigir.

Transportes públicos: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: factores de perigo (21)


Os factores de perigo poderiam ser quaisquer, mas nestes mapas estão associados ao trânsito rodoviário. São considerados especialmente na óptica dos peões, embora não se negligencie o perigo de colisões e despistes.
Assim, são considerados mais perigosos todos os locais onde o espaço pedonal seja escasso ou inexistente, na medida da intensidade do trânsito rodoviário que neles circule. As vias de sentido duplo, os cruzamentos, a frequência de trânsito pesado e especialmente as faltas de visibilidade e as velocidades elevadas são agravantes do perigo potencial com que cada zona é classificada.
No mapa da vila, destacam-se claramente as estradas nacionais, zonas de trânsito intenso e veloz, especialmente inóspitas para os peões. Mas também os largos e cruzamentos da área restante se destacam.
O plano é benéfico neste aspecto, pois reduz consideravelmente o perigo nas vias encerradas, onde apenas circularão veículos credenciados a uma velocidade muito reduzida.

Factores de perigo: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: apropriação (22)


Considera-se apropriação qualquer forma de ocupação abusiva do espaço público que prejudique o seu normal funcionamento. As formas de apropriação podem ser diversas, mas a mais comum é sem dúvida o estacionamento em passeios e faixas de rodagem.
O estacionamento abusivo resulta frequentemente de uma grande pressão da procura sobre locais que não estão devidamente disciplinados, quer por falta de uma concepção ou de elementos que impeçam os abusos, quer pela permissividade em relação à sua prática, que acaba por torná-los normais.
Não existe pois uma causa única geradora de apropriação, mas uma combinação destas circunstâncias, e portanto o mapa não apresenta uma clara relação lógica entre a estrutura da vila e os locais onde o fenómeno é mais visível.
O plano produzirá zonas mais disciplinadas, desde logo porque várias delas ficam com o acesso condicionado, e assim menos sujeitas a serem apropriadas, o que levará a uma baixa generalizada deste fenómeno na Vila Baixa.

Apropriação: actual e variação com o plano

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Classificações atribuídas: ruído e poluição atmosférica (23)


O ruído e a poluição atmosférica podem ter origens diversas, mas no meio urbano o mais comum é que a sua principal fonte seja o trânsito rodoviário.
Sendo este o caso de Alenquer, o mapa que apresenta estas classificações assemelha-se bastante ao da intensidade do referido trânsito, destacando-se as estradas nacionais, sobretudo, mas também a Vila Baixa, como áreas mais poluídas. 
Isto apesar de algumas diferenças poderem resultar do quanto as diferentes zonas são abertas e arejadas ou possuem elementos purificadores do ar ou absorventes do ruído, como são as árvores, para ambos os casos. São assim penalizadas as vias estreitas e duplamente ladeadas de edifícios.
Mas são na Vila Baixa e no Areal estas, precisamente, as ruas que o plano encerra ao trânsito, somando este factor aos outros que lhes garantem considerável ganho de conforto. Pelo contrário, as vias alternativas, que receberão mais tráfego, passam também a ter mais poluição, mas com a vantagem de serem mais arejadas e menos reverberadoras do ruído.

Ruído e poluição atmosférica: actual e variação com o plano














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Tabela numérica

Zonas 1 a 20
Zonas 21 a 40


Zonas 41 a 60
Zonas 61 a 80


Zonas 81 a 100
Zonas 101 a 105