Locais com transformações mais relevantes

Áreas de implantação do plano e locais apresentados com maior detalhe





















Todo o novo espaço pedonal é actualmente local de passagem de trânsito rodoviário, estando o seu terreno adaptado para este fim. A alteração do seu uso implica, desde logo, a transformação do seu piso, o que pode ser suficiente para a reconversão das ruas em que o plano a propõe.
Mas há outros espaços que, pela sua configuração, exigem transformações mais complexas, como são os casos dos largos em que este plano se implanta e dos parques de estacionamento onde intervém.
As alterações à circulação rodoviária são substanciais, e implicam a construção de uma ponte entre a Av. 25 de Abril, junto à biblioteca, e o parque da Chemina, seguida de uma via até à Rua dos Guerras. Já o previsível aumento de tráfego nos cruzamentos da vila com a EN-9 motiva propostas para a resolução dos problemas de segurança que já hoje os afectam.
Assim, apresentam-se com maior detalhe os locais onde o plano opera as maiores transformações, numa imagem geral do que poderá ser a vila depois da sua implementação.
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Largo Palmira Bastos













É aqui que o plano instala a sala de estar urbana de que Alenquer precisa para reunir a sua família e ter um lugar condigno para receber os seus visitantes. Na velha tradição clássica, a praça onde as pessoas se encontram; onde vêem e são vistas; onde mais sentem que estão em Alenquer.
O amplo espaço constituído pelos largos do Espírito Santo e Palmira Bastos, onde as principais vias da vila se encontram e com larga visibilidade sobre a paisagem circundante, é indiscutivelmente o centro de Alenquer.
Subindo das curvas do rio, as encostas da vila formam uma sucessão de anfiteatros naturais. Destes, o maior e mais central, formado pelas encostas que acompanham toda a curva exterior do troço urbano do rio, tem o seu palco natural justamente no Largo Palmira Bastos.
Esta polaridade topológica natural é confirmada pela estrutura urbana confluente e pela centralidade em relação a estabelecimentos e movimentos de pessoas. Além da frente ribeirinha e da passagem da principal rodovia da vila, a Av. 25 de Abril, este ‘palco’ alcança os mais ilustres espectadores do anfiteatro: a Vila Alta, os paços do concelho, o Convento de S. Francisco, as casas do Espírito Santo, a Calçadinha e o Parque Vaz Monteiro.
Este plano afirma este centro em concreto, entre as duas novas grandes vias pedonais, disponibilizando-o para as pessoas e elevando o seu padrão. O grande espaço pedonal aqui criado poderá ser arborizado, ter bancos de jardim, esplanadas e até dar lugar mais condigno à estátua de Damião de Góis, hoje numa extremidade despovoada da vila.

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Largo Rainha Santa Isabel













As alterações ao Largo Rainha Santa Isabel apenas dependem do encerramento da Rua de Triana, que ali desemboca. Para que ocorram, não é portanto necessária a implementação de todo o plano, ou de alguma das suas outras partes.
É assim possível alargar o espaço pedonal neste largo, junto ao final daquela rua, aqui criando uma zona de permanência condigna, que será do agrado das muitas pessoas que ali esperam pelos autocarros, sem as melhores condições.
Apesar de ser um local um tanto exposto aos ventos, criam-se condições para que aqui exista uma esplanada. Também para este novo grande passeio pode deslocar-se o quiosque situado neste largo, hoje num local onde impede o normal percurso das pessoas pelo passeio, obrigadas a desviar-se dele.
Do ponto de vista da leitura subjectiva que os transeuntes fazem da estrutura urbana, a entrada na Rua de Triana fica marcada com maior dignidade com este grande passeio, indicando a importância daquela via e convidando as pessoas a percorrê-la.
Passando as partidas e chegadas de autocarros a fazer-se sempre no sentido da vila, o cais de onde hoje partem para o oeste será suprimido, sendo a sua largura acrescentada à zona de embarque e desembarque do outro lado. A circulação rodoviária geral passa assim a estar encostada ao passeio do lado dos prédios, o que cria um abrandamento – desejável – nesta entrada da vila, que será regulada por uma rotunda.
O quiosque poderá beneficiar de um espaço de paragem próprio, com dois ou três lugares, de curtíssimo tempo máximo de permanência.
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Largo do mercado e nova ponte













O espaço entre o mercado e a biblioteca tornar-se-á um grande parque de estacionamento com 82 lugares, que compensará muitos dos lugares perdidos nas vias encerradas.
Este parque favorece em particular o comércio mais próximo, como é o caso do Mercado Municipal, num local onde existe uma das maiores concentrações de estabelecimentos da vila. Situado perto de uma das extremidades do novo corredor pedonal, será lugar preferencial para que os automobilistas iniciem e terminem as suas deslocações a pé.
Esta intervenção vem resolver o problema do desordenamento actual daquele espaço, integrando-o como parte importante de um plano de reordenamento geral e dotando-o de grande utilidade. No entanto, esta solução implica uma redução do espaço ajardinado junto à biblioteca, com perda de algumas árvores, que idealmente seriam deslocadas para o centro do largo, caso seja tecnicamente viável fazê-lo.
Com o encerramento da Rua Sacadura Cabral, o acesso ao centro da vila a partir da EN-1 encontra neste local uma opção de estacionamento, com o restante trajecto a ser feito a pé. Aquele percurso de automóvel passa a acontecer pela outra margem do rio, através da nova ponte e da via fronteira à fábrica da Chemina, que ligará à Rua dos Guerras.
Fica criado um ponto de abrandamento actualmente inexistente naquele acesso, uma vez que os percursos de ida e volta ao centro não se cruzam e passam a cruzar-se. Mas também uma muito maior facilidade de estacionamento antes de se chegar ao centro, já que o parque junto ao mercado é ordenado e o parque da Chemina fica bastante mais acessível.

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Areal














O encerramento da Rua Serpa Pinto até ao parque de estacionamento justifica-se independentemente do resto do plano, embora o resto do plano muito ganhe com esta opção.
Em nenhum lugar da vila como no Areal a circulação rodoviária se apresenta tão desvantajosa. Não permite de facto o acesso a nada, visto não haver espaço de estacionamento – sendo que onde ele existe, o acesso pode ser feito pelo sentido contrário. É pois um trânsito de passagem, conveniente mas não absolutamente necessário, que consome por completo o espaço público, não sobrando nenhum para as pessoas.
O Areal é um bairro com uma malha apertada e irregular, típica do tempo medieval. Não sendo parte da Vila Baixa, por não ter com ela continuidade visual, tem um eixo viário plano, por estar estruturado numa das margens do rio.
Com a demolição da fábrica do papel, um amplo espaço foi consignado ao estacionamento, que embora fique a pouca distância da Vila Baixa, tem uma baixa taxa de utilização.
A curta distância não é, como se compreende, o único factor de conforto de um percurso a vencer. No Areal, este é extremamente desconfortável, por colocar os peões a circular na estrada, e sem outros motivos de interesse.
Aquele grande parque de estacionamento pode solucionar a falta de lugares na zona norte da vila, mas para ser uma opção atractiva tem obrigatoriamente de ser pavimentado e ganhar qualidade no seu acesso pedonal. Por outro lado, um maior movimento de peões naquele acesso poderá trazer mais estabelecimentos, que tirem partido das excelentes qualidades que aquela rua tem para o comércio.

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Cruzamentos perigosos da EN-9


O encerramento ao trânsito da Rua Serpa Pinto e da Calçada Damião de Góis implica que para se ir da Vila Baixa ao Areal e à Vila Alta pelo norte se utilize a EN-9, como já acontece com o acesso inverso.
Mas se para vir da Vila Alta ou do Areal à Vila Baixa os automobilistas utilizam os entroncamentos com aquela estrada nacional em boa posição, o mesmo não se verifica no sentido oposto.
Neste, os automobilistas começam por entrar na EN-9 num entroncamento desconfortável, no alto da Av. Jaime Ferreira, para depois saírem da nacional pela Ponte das Águas, para o Areal, ou pela Barnabé, para a Vila Alta – ambos entroncamentos perigosos pela manifesta falta de visibilidade destas viragens.
Note-se que estes problemas já existem actualmente e não são criados pelo plano. Este apenas torna mais frequente a necessidade daqueles trajectos e por isso propõe estas correcções, que mereceriam ser feitas em qualquer circunstância.
No alto da Av. Jaime Ferreira, interessa posicionar os condutores de forma a facilitar a visibilidade sobre o trânsito que desce a EN-9, evitando que quem vai virar à esquerda tenha de parar já no meio da estrada para verificar se pode prosseguir. Na viragem à direita, o maior raio de curvatura permite o arranque de posição menos inclinada, ao mesmo tempo que evita que os pesados entrem na via invadindo a faixa oposta, como hoje é inevitável.

Entroncamento da Av. Jaime Ferreira na EN-9 (antes e depois)







Um pouco à frente, quem queira virar para as Águas tem à direita um combro que impede a visibilidade sobre o trânsito do sentido oposto. Contudo, não basta simplesmente cortá-lo, porque ali desce uma estrada, vinda das pedreiras. Mas se esta, mantendo a sua posição, for rebaixada nas primeiras dezenas de metros, iniciará a subida não à face da nacional como hoje acontece, mas uns metros adiante. Isto permitirá não só remover aquele obstáculo à visibilidade de quem circula na EN-9, mas também uma entrada mais segura a quem venha das pedreiras.

Saída da EN-9 para o Sítio das Águas (antes e depois)







No caso da da Barnabé, o muro de suporte ali existente, na mesma posição que o combro das Águas, pode ser recuado alguns metros de forma a permitir uma melhor visibilidade. Será um ganho de segurança sobretudo para quem venha da vila pela EN-9 para sair na Barnabé. Mas também para quem saia da urbanização ali adiante para tomar a nacional no sentido da vila.

Entroncamento da Barnabé (antes e depois)